segunda-feira, 16 de novembro de 2015





Candomblé é uma religião derivada do animismo africano onde se cultuam os orixás, voduns ou nkisis, dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões de matriz africana mais praticadas, tendo mais de três milhões de seguidores em todo o mundo, principalmente no Brasil. Também é possível encontrar o chamado povo do santo em outros países como Uruguai, Argentina , Venezuela, Colômbia, Panamá,México, Alemanha , Itália, Portugal e Espanha .
Cada nação africana tem, como base, o culto a um único orixá. A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em decorrência da importação de escravos onde, agrupados nas senzalas nomeavam um zelador de santo também conhecido como babalorixá no caso dos homens e iyalorixá no caso das mulheres.
A religião tem, por base, a anima (alma) da Natureza, sendo, portanto, chamada de anímica. Os sacerdotes africanos que vieram para o Brasil como escravos, juntamente com seus orixás/nkisis/voduns, sua cultura, e seusidiomas, entre 1549 e 1888, é que tentaram de uma forma ou de outra continuar praticando suas religiões em terras brasileiras. Foram os africanos que implantaram suas religiões no Brasil, juntando várias em uma casa só para a sobrevivência das mesmas. Portanto, não é invenção de brasileiros.
Diz Clarival do Prado Valladares em seu artigo "A Iconologia Africana no Brasil", na Revista Brasileira de Cultura (MEC e Conselho Federal de Cultura), ano I, Julho-Setembro 1999, p. 37, que o "surgimento dos candomblés com posse de terra na periferia das cidades e com agremiação de crentes e prática de calendário verifica-se incidentalmente em documentos e crônicas a partir do século XVIII". O autor considera difícil para "qualquer historiador descobrir documentos do período anterior diretamente relacionados à prática permitida, ou sub-reptícia, de rituais africanos". O documento mais remoto, segundo ele, seria de autoria de dom Frei Antônio de Guadalupe, bispo visitador de Minas Gerais em 1726, divulgado nos "Mandamentos ou Capítulos da visita".
Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e terreiros, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião.[8] Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da Bahia) Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador.
Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas como mutuamente exclusivas, e muitas pessoas de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente.[9] Orixás do candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.
O candomblé não deve ser confundido com umbanda, macumba, e/ou omoloko, e outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o vodou haitiano, a santería cubana, e o obeah, em Trinidade e Tobago, os shangos (similar ao tchamba[10] [11] africano, xambá e ao xangô do nordeste do Brasil) o ourisha, de origem iorubá, os quais foram desenvolvidas independentemente do candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Os Igbominas são um dos grandes sub-grupos da nação yoruba. Coloquialmente Igbonna ou Ogbonna (etnia de pessoas yorubas), ocupam a porção centro-norte da região yoruba do sudoeste da Nigéria[1] . Além do yoruba, eles falam o dialeto igbomina (ou igbonna), classificado entre a língua yoruba central como uma das três áreas dialéticas do yoruba principal. Há igbominas espalhados por toda parte que é hoje o norte do Osun (estado) (especialmente Ila Orangun, Oke-Ila e Igbomina Ora) e do leste do Kwara (estado). As áreas periféricas da região linguística têm algumas semelhanças com os dialetos das adjacentes Ekiti, Ijesha e Oyo.


Ofícios Tradicionais e Ocupações

Os igbominas são famosos por sua agricultura, caça, proeza com a sua talha, couro e arte. Eles são os participantes mais destacados em Egungun Elewe, Layewu e festivais epa. A famosa máscara Elewe, um egungun representante dos antepassados ​​durante festivais especiais, é exclusiva para o subgrupo yoruba Igbomina. Acerca do culto egungun, compartilharam com os Nupês (Tapá) durante muito tempo. Possuem também um culto particular que se chama OFA (não confundir com a cidade).

Distribuição geográfica

Igbomina é composta por três autoridades locais (LGAs) do estado de Kwara: Irepodun, Ifelodun e Isin LGAs (Área de Governo Local); bem como duas áreas de governo local do estado de Osun: Ifedayo e Ila LGAs.
As principais cidades igbominas em Osun (estado) são Oke-Ila Orangun, Ora e Ila Orangun, Oba-Ile, enquanto as principais cidades de Kwara (estado) (onde se concentra grande número de Igbominas) incluem Oba, Ajasse Ipo, Eleju da UEJ-terra, Eku-Mesesan-Oro, Oke-Onigbin, Isin Isanlu, Omu-Aran, Esie, Omupo, Igbaja, Oke-Ode, Owu-Isin, Oro-Ago, Aran-Orin, Arandun, Oke-Aba, Owode Ofaro e Ido-oro, Iludun-Oro.
Igbomina é adjacente, ao oeste e ao noroeste, a vizinhos importantes, como a região Oyo (yoruba), no sul e sudoeste do Ijesha (yoruba), no sul e sudeste do Ekiti (yoruba), a leste de Yagba (yoruba) e ao norte com Nupê (não yoruba), região sul do rio Níger. Outros vizinhos menores dos Igbominas são os Ibolo, sub-grupo das cidades de Offa, e Oyan Okuku, no oeste.

Cronologia Arqueológica e História Antiga

Mais de 800 esculturas em pedra, que representam principalmente figuras humanas, foram encontradas em torno de Esiẹ em Igbomina ocidental, e nas aldeias Ijara e Ofaro. Não se sabe quem criou as esculturas, mas parece terem sido criadas por volta de 1100 dC.
As evidências arqueológicas e linguísticas sugerem que as pessoas igbominas podem ter antecedido os povos vizinhos, exceto, talvez, os Nupês e os Yagbas. Embora na terra Igbomina haja uma tradição que tenta explicar a origem de sua linguagem comum, a cultura e as instituições políticas, a partir de sua descendência através de uma única ascendência (a de Oduduwa), os igbominas nunca foram unidos sob uma única autoridade política. E, definitivamente, a terra Igbomina é anterior a Oduduwa. Como a terra igbomina era dividida em um grande número de pequenas unidades políticas, talvez tenha sido esse fator que influenciou o padrão de resistência a vários intrusos estrangeiros como os Nupês e os Fulanis, de Ilorin[2] .
Por tradições "orais" sobre a diáspora de Oduduwa, no momento das correntes migratórias causadas por uma invasão berbere no Egito, era postulado que se reuniam, nas terras igbominas, dinastias existentes no local, mas deslocadas e subjugadas a ele. Segundo o mito, a antiga terra Igbomina foi dividida por disputas de sucessões (ou de realojamento do reino para um novo sítio) centradas entre filhos e netos de Oduduwa. Daí, houve as migrações ou diásporas dos igbominas. Segundo Pierre Verger[3] , esse fato provocou deslocamentos de populações igbominas inteiras em direção ao oeste, para terminar em Borgu (região dos Baribas).
Após ser destronada, parte da dinastia da Terra Igbomina de Obatalá, nessa ocasião, teve de ir para as colinas[4] yorubas, terra que foi tornada fértil à agricultura. Em uma das resistências em que os "guerreiros mascarados" igbôs[5] aterrorizavam e incendiavam sítios inimigos, há um relato de que o Rei dos Igbôs fora sucumbido pela beleza e astúcia de Moremi, a qual, mais tarde, deu as informações necessárias para a conquista do território Igbô. Há também a versão de que o rei dos Igbôs teve de se refugiar em Ideta-Oko. Acerca desses episódios, alguns segmentos religiosos tomam a narrativa do mito da criação do Mundo como embate mitológico entre os dois, em que o guerreiro legendário Oduduwa subjuga Obatalá. Este (representação feminina - culto à terra) é preterido por Olodumare na criação do mundo e aquele (representação masculina do guerreiro), escolhido.
Parece que, além dos mais recentes conflitos nos últimos dois séculos, o Império de Oyo, Ijesha e o Ekiti podem ter, em tempos mais antigos, pressionado o território igbomina, capturando seu povo nas planícies e restringindo-o na terra mais dura e de qualidade inferior das colinas yorubas. Os igbominas, por outro lado, parecem ter pressionado os Nupês e os Yagbás, levando seu território para longe deles em alguns lugares, mas também perdido território para eles em outros lugares. Transtornos maiores, os conflitos e guerras, bem como epidemia, causaram grandes e antigas dispersões (migrações) como a diáspora Obá, documentada na história oral, poesia e canções em louvor a vários clãs igbominas.
Com a dispersão das pessoas de Obá-Ilê, do antigo Reino de Obá dos Yorubas Igbominas, para outras áreas da Nigéria, surgiram várias cidades com o nome de Obá, todas fundadas por remanescentes do antigo Reino de Obá, como Obá-Ile (em Osun State), Obá-Oke (em Osun State), Obá-Ile (em Akure/ Ondo State), Obá-Akoko (em Owo/Ondo State) e Obá Igbomina (em Kwara State). É interessante ressaltar que os Igbominas são oriundos de três grupos distintos que migraram também em tempos diferentes para a formação de seu antigo Reino. Eles vieram das cidades de Ile-Ife, de Oyo e de Ketu, na atual República do Benin.

Religião dos Igbominas

As principais religiões são o Islamismo, o Cristianismo e as Religiões tradicionais africanas (Animismo).
Dentre os yorubas, os igbominas foram os primeiros a se converterem ao islamismo[6] , por causa da posição geográfica em que estão fixados na Nigéria, ou seja, Kwara (estado) faz fronteira às áreas muçulmanas de onde se iniciaram as invasões islâmicas às terras yorubas. Por isso, a maioria dos Igbominas de Kwara são muçulmanos. Nesta região eles viviam e vivem em contato com os Nupês (Tapás). É importante citar que o muçulmano yoruba não abandonou suas tradições caseiras ligadas à religião tradicional.

Igbominas no Brasil

Para o Brasil vieram muitos africanos da diáspora do antigo Reino Igbomina. Um exemplo disso são os africanos oriundos da cidade Ketu (Benim). No entanto, por conta da diáspora igbomina e da criação de novas cidades (estados), muitos povos desconhecem sua origem.
Na Bahia, muitos dos africanos islamizados que participaram da Revolta dos Malês eram igbominas, embora fossem classificados como de outras etnias, pois havia dificuldade em classificá-los. Como não eram um povo (etnia) "cordeiro", muitos foram dizimados como os hauçás, fulanis etc. Após essa revolta, o termo alufá[7] , no Bahia, não pode ser utilizado abertamente, pois denotava líder (negro revoltoso) "perigoso à sociedade colonizadora".
Muitas tradições e histórias envolvem o antigo Reino de Obá, porém, diante da destruição do Reino em tão longínquo século em relação à vinda de yorubas para o Brasil, conclui-se que a tradição oral de algumas confrarias religiosas afro-brasileiras (Axés) está ligada à diáspora dos Igbominas. Em solo brasileiro, ainda há esses templos religiosos que procuram manter (e recuperar) os ensinamentos da tradição afro-brasileira igbomina (ou que se reconhecem igbominas). Existentes desde os tempos da escravidão, eles mantêm, em sua linhagem sucessiva, os princípios da tradição oral religiosa trazida por yorubas oriundos das cidades da antiga terra Igbomina (diápora Igbomina). Exemplos: Sociedade de Culto Afro-Brasileiro Terreiro Filhos de Obá, que foi fundada em 1909, em Laranjeiras (Sergipe)[8] , e Axé Obá Igbô[9] , em Duque de Caxias (Rio de Janeiro)[10] .

Clã de Igbominas

Os clãs igbominas se estendem até as áres de Ekiti (estado). Muitos ketus são descendentes desses clãs.
  • Olomu Aperan também chamado Omu Aran (Ile-Ife);
  • Oloro - Dinastia no Oro Ago (Ketu);
  • Elese de Igbaja (Oko - Oyo);
  • Olora (Ora);
  • Oniwo (Iwo);
  • Oba (Ikosun);
  • Alaran (Orii - Oyo)



BARÁ  - NAÇÃO JEJÊ E IJEXÁ


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45 filmes pra assistir e pensar duas vezes antes de falar mal do cinema nacional

Ou 45 filmes pra assistir e defender a nossa produção cultural na mesa do bar


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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Oxossi

 

Oxóssi é o orixá da caça, florestas, dos animais, da fartura, do sustento. Está nas refeições, pois é quem provê o alimento. É a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para capturar a caça. É um orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas. É o caçador de axé, aquele que busca as coisas boas para um ilé, aquele que caça as boas influências e as energias positivas.
O encontramos no dia a dia no almoço, no jantar, enfim, em todas as refeições, pois é ele quem provê o alimento. Na África antiga, Oxóssi era considerado o guardião dos caçadores, pois cabia a eles trazer o sustento para a tribo. Hoje, Oxóssi é quem protege aquelas pessoas que saem todos os dias para o trabalho, para trazer o sustento. Oxóssi também está ligado às artes. Ele está presente no ato da pintura de um quadro; na confecção de uma escultura; na composição de uma música; nos passos de uma dança; nas misturas de cores; na escrita de um poema, de um romance de uma crônica. Está na arte em um modo geral, desde o canto dos pássaros, da cigarra, ao conto do homem.
Oxóssi também rege o revoar dos pássaros, a evolução das pequenas aves. Oxóssi é a vontade de cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher, de caçar, de viver com dinamismo e otimismo. Oxóssi é a divindade da cultura, passando para seus filhos grandes talentos artísticos, seja no canto, na criação de livros, pinturas etc.
Curiosamente, Oxóssi também é a comodidade, a vontade de admirar, de contemplar. Oxóssi é um pouco de preguiça, a vontade de nada fazer, senão pensar e, quem sabe, criar. Em seu lado negativo, pode estar presente também na falta de alimento; no pouco plantio; no apodrecimento de frutas, legumes e verduras; e até mesmo na arte mal acabada, inacabada ou de mau gosto. O elemento de Oxóssi é a terra e a liberdade de expressão, a liberdade para viver da maneira que somos. Sua saudação é oquê arô ou, simplesmente, "oquê"

O nome Oxóssi vem do termo iorubá oṣóòsi ou òsò wúsí, que significa "o guardião é popular", "caçador ou guardião popular", "feiticeiro da esquerda" ou "feiticeiro", pois Oxóssi é um grande e apto feiticeiro, tendo aprendido a lidar com as magias das folhas, dos animais e da natureza após ter descoberto os segredos das Iyámi - Òsóòróngá e após ter matado um dos pássaros das Eleyés e ter livrado o povo de Queto do feitiço, razão pela qual se tornou o rei e soberano de Queto.
Também é chamado de Odé, que vem do termo iorubá odẹ, que significa "caçador", um adjetivo, devido ao fato de Oxóssi ser o guardião dos caçadores que caçam para obter seu sustento e o de sua família. Não se deve confundi-lo com a divindade denominada Odé, cultuado nas nações do batuque riograndense, apesar de ambos serem divindades caçadoras e representarem quase o mesmo elemento, havendo, no entanto, grande diferença ritualística entre ambos.